Quando a gente é pequeno, gosta de pular onda, catar conchinha, rolar na areia, construir piscina e castelo à beira mar. Nossos pais, sentados naquelas cadeiras amarelas ou vermelhas debaixo dos coqueiros, gritam para que não fiquemos muito longe, mas quase nunca obedecemos. Não tem problema, afinal Vinicius é o primo mais velho e pode cuidar de nós. Jogamos água para cima e até mesmo, uns nos outros, esperando o momento exato em que titio vai gritar: "a batata frita chegou!". Nos enrolamos nas toalhas e comemos rapidamente, embora esteja quente. Se dermos sorte, o rapaz do picolé vai passar tocando o sininho e papai não vai resistir a três criancinhas implorando por doce. Mais tarde, vamos todos para a casa de vovó, juntos, no mesmo carro. Eu vou sentada na ponta, Vinícius no meio e Walesca na outra ponta. Provavelmente, adormeceremos recostados uns nos outros. E hoje, quando der saudade, não poderemos voltar no tempo. É, primos, pelo visto, nós crescemos.